O
vice-presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou a morte do
presidente Hugo Chávez em pronunciamento feito pela TV por volta das
18h50 (horário de Brasília).
Chávez foi diagnosticado com um câncer na região da bacia em meados de 2011 e, desde então, lutava contra a doença. Foi operado em junho de 2011, em Cuba, mas nunca informou a localização exata do tumor. Em 11 de dezembro de 2012, passou pela quarta cirurgia, também em Havana, e enfrentou várias complicações após a operação. Além de uma hemorragia, teve uma forte infecção respiratória, por cerca de dois meses.
A falta de informações e transparência foi uma rotina ao longo de todo o processo de evolução da doença. Recentemente, para comprovar uma melhora, Chávez posou para fotos cercado pelas filhas Rosa Virginia e María Gabriela. Além das duas, o presidente deixa o filho Hugo Rafael e a filha Rosinés.
Chávez morreu sem tomar posse do novo mandato presidencial, que conquistou em outubro de 2012, após a disputa mais concorrida de sua trajetória. Mesmo tendo aparecido pouco durante a campanha (devido à doença), recebeu 8,2 milhões de votos (55%) e derrotou o candidato único das oposições, Henrique Capriles.
Foram praticamente 14 anos no poder. Nascido em uma família pobre, em 28 de julho de 1954, aos 17 anos Hugo Chávez entrou para a Academia de Ciências Militares, em Caracas. Avançou até a patente de tenente-coronel, fundou dois movimentos secretos — o Exército de Liberação do Povo da Venezuela e o Exército Revolucionário Bolivariano-200 — e passou a manter contatos com marxistas venezuelanos de destaque. Em fevereiro de 1992, com o país em crise, tentou um golpe militar contra o presidente Carlos Andrés Pérez. Apesar do insucesso da ação e de acabar na prisão, Chávez obteve projeção nacional.
Libertado em 1994, iniciou um movimento político que levou à criação de um partido, o Movimento Quinta República, em 1997. Na eleição presidencial de 1998, Chávez obteve 56,2% dos votos e conseguiu seu primeiro mandato. Um ano depois, alterou a Constituição e aumentou o mandato do presidente de cinco para seis anos. Antecipou a eleição e teve uma vitória com 59,8% dos votos válidos em 2000. Em dezembro de 2006, Chávez ganhou mais um mandato, recebendo 63% dos votos e derrotando com facilidade os candidatos da oposição.
Foi quando intensificou a pregação por uma "revolução bolivariana em direção ao socialismo". Foram criadas cooperativas e estatais, e diversas empresas foram nacionalizadas. Ao mesmo tempo, o governo lançou um conjunto de programas sociais, inclusive com uma versão venezuelana do Bolsa Família, financiados pelas enormes reservas de petróleo do país.
Tais programas lhe deram popularidade, mas o crescente consumo elevou a inflação e o país também enfrentou problemas de abastecimento de energia elétrica. Em 2002, militares dissidentes tentaram um golpe e prenderam Chávez na ilha de La Orchila. Os golpistas instituíram um governo provisório, chefiado por Pedro Carmona, presidente da maior associação empresarial do país e que liderava os protestos contra o governo. O golpe durou apenas dois dias, pois, diante da pressão popular e da rebelião de setores militares leais ao presidente, Carmona renunciou e Chávez retornou ao palácio presidencial de Miraflores.
Depois do episódio, Chávez acusou os Estados Unidos de dar apoio aos golpistas e abraçou teorias conspiratórias anti-americanas - como a de que as torres gêmeas do World Trade Center teriam caído pela ação de explosivos. Também comparou o então presidente George W. Bush ao diabo, ao fazer em 2006 um discurso na ONU e dizer que sentia “cheiro de enxofre” (Bush havia feito um pronunciamento ali no dia anterior). A diplomacia chavista se destacou não só pelo antagonismo aos EUA, mas também pela ajuda a países da América Latina, como Cuba, Bolívia, Equador, Nicarágua e até Argentina, que receberam empréstimos e doações.
Chávez também teria dado auxílio às Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), o que o levou a um confronto com o presidente colombiano, Álvaro Uribe, e ao rompimento de relações entre os dois países.
Agora, o vice-presidente Nicolás Maduro deve convocar novas eleições em 30 dias. Ele desponta como o favorito, uma vez que foi o sucessor designado pelo próprio Chávez e deve se beneficiar da comoção popular pelo falecimento do líder.
Fonte: Valor.
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Chávez foi diagnosticado com um câncer na região da bacia em meados de 2011 e, desde então, lutava contra a doença. Foi operado em junho de 2011, em Cuba, mas nunca informou a localização exata do tumor. Em 11 de dezembro de 2012, passou pela quarta cirurgia, também em Havana, e enfrentou várias complicações após a operação. Além de uma hemorragia, teve uma forte infecção respiratória, por cerca de dois meses.
A falta de informações e transparência foi uma rotina ao longo de todo o processo de evolução da doença. Recentemente, para comprovar uma melhora, Chávez posou para fotos cercado pelas filhas Rosa Virginia e María Gabriela. Além das duas, o presidente deixa o filho Hugo Rafael e a filha Rosinés.
Chávez morreu sem tomar posse do novo mandato presidencial, que conquistou em outubro de 2012, após a disputa mais concorrida de sua trajetória. Mesmo tendo aparecido pouco durante a campanha (devido à doença), recebeu 8,2 milhões de votos (55%) e derrotou o candidato único das oposições, Henrique Capriles.
Foram praticamente 14 anos no poder. Nascido em uma família pobre, em 28 de julho de 1954, aos 17 anos Hugo Chávez entrou para a Academia de Ciências Militares, em Caracas. Avançou até a patente de tenente-coronel, fundou dois movimentos secretos — o Exército de Liberação do Povo da Venezuela e o Exército Revolucionário Bolivariano-200 — e passou a manter contatos com marxistas venezuelanos de destaque. Em fevereiro de 1992, com o país em crise, tentou um golpe militar contra o presidente Carlos Andrés Pérez. Apesar do insucesso da ação e de acabar na prisão, Chávez obteve projeção nacional.
Libertado em 1994, iniciou um movimento político que levou à criação de um partido, o Movimento Quinta República, em 1997. Na eleição presidencial de 1998, Chávez obteve 56,2% dos votos e conseguiu seu primeiro mandato. Um ano depois, alterou a Constituição e aumentou o mandato do presidente de cinco para seis anos. Antecipou a eleição e teve uma vitória com 59,8% dos votos válidos em 2000. Em dezembro de 2006, Chávez ganhou mais um mandato, recebendo 63% dos votos e derrotando com facilidade os candidatos da oposição.
Foi quando intensificou a pregação por uma "revolução bolivariana em direção ao socialismo". Foram criadas cooperativas e estatais, e diversas empresas foram nacionalizadas. Ao mesmo tempo, o governo lançou um conjunto de programas sociais, inclusive com uma versão venezuelana do Bolsa Família, financiados pelas enormes reservas de petróleo do país.
Tais programas lhe deram popularidade, mas o crescente consumo elevou a inflação e o país também enfrentou problemas de abastecimento de energia elétrica. Em 2002, militares dissidentes tentaram um golpe e prenderam Chávez na ilha de La Orchila. Os golpistas instituíram um governo provisório, chefiado por Pedro Carmona, presidente da maior associação empresarial do país e que liderava os protestos contra o governo. O golpe durou apenas dois dias, pois, diante da pressão popular e da rebelião de setores militares leais ao presidente, Carmona renunciou e Chávez retornou ao palácio presidencial de Miraflores.
Depois do episódio, Chávez acusou os Estados Unidos de dar apoio aos golpistas e abraçou teorias conspiratórias anti-americanas - como a de que as torres gêmeas do World Trade Center teriam caído pela ação de explosivos. Também comparou o então presidente George W. Bush ao diabo, ao fazer em 2006 um discurso na ONU e dizer que sentia “cheiro de enxofre” (Bush havia feito um pronunciamento ali no dia anterior). A diplomacia chavista se destacou não só pelo antagonismo aos EUA, mas também pela ajuda a países da América Latina, como Cuba, Bolívia, Equador, Nicarágua e até Argentina, que receberam empréstimos e doações.
Chávez também teria dado auxílio às Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), o que o levou a um confronto com o presidente colombiano, Álvaro Uribe, e ao rompimento de relações entre os dois países.
Agora, o vice-presidente Nicolás Maduro deve convocar novas eleições em 30 dias. Ele desponta como o favorito, uma vez que foi o sucessor designado pelo próprio Chávez e deve se beneficiar da comoção popular pelo falecimento do líder.
Fonte: Valor.
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